JÚLIA BRANDÃOCAMPEÃ E APAIXONADA PELA ESCALADA.
O esporte foi mais do que uma escolha, foi uma salvação.
Desde que eu me conheço por gente, e quando falo isso é mais do que um nome ou uma idade (no caso Julia Brandão e 20 anos), ficar parada nunca foi uma opção. Mesmo criada nessa Selva de Pedra que chamamos de SP, sempre fui uma criança que buscou aventuras e histórias novas para contar.
Hoje, como estudante e atuante da profissão de marketing eu não encontro tanto isso, mas como atleta de escalada e caçadora da minha melhor versão sim.
“MEU SONHO É PODER FAZER UMA VIDA POR MEIO DA PERFORMANCE E IMAGEM. E QUANDO FALO FAZER UMA VIDA, LEIA-SE, TER QUALIDADE DE VIDA TRABALHANDO COM A MINHA ARTE.”
A motivação de cada dia, de acordar, levantar, pensar na melhor escolha dos alimentos, ir treinar (e lidar com a frustração) estudar, treinar de novo (e às vezes se frustrar mais uma vez), levantar a cabeça e ir pra faculdade fazem parte dessa rotina e, como para todos, existem dias mais fáceis que outros.
Acontece que, por mais que a vida como atleta envolva altos investimentos de energia e planejamento, isso foi o que salvou minha vida.
Nunca foi óbvio o esporte que eu ia ficar por mais tempo (encontrei a escalada apenas em 2017, mesmo tendo começado a busca em 2008), mas conforme as experiências iam e vinham, eu percebi que a adrenalina era o que me mantinha apegada a vida.
A motivação de cada dia, de acordar, levantar, pensar na melhor escolha dos alimentos, ir treinar (e lidar com a frustração) estudar, treinar de novo (e às vezes se frustrar mais uma vez), levantar a cabeça e ir pra faculdade fazem parte dessa rotina e, como para todos, existem dias mais fáceis que outros.
Acontece que, por mais que a vida como atleta envolva altos investimentos de energia e planejamento, isso foi o que salvou minha vida.
Nunca foi óbvio o esporte que eu ia ficar por mais tempo (encontrei a escalada apenas em 2017, mesmo tendo começado a busca em 2008), mas conforme as experiências iam e vinham, eu percebi que a adrenalina era o que me mantinha apegada a vida.
Nessa comunidade, que tanto encanta a mim e a outros, me senti pertencente e alinhada com os princípios de cuidado da natureza e do corpo. Como vegetariana que começou com seus 14 anos, sempre me senti sozinha na causa, na qual não via abraçada pelos colegas da escola. Acontece que nunca encontrei tantas pessoas que compartilhavam os mesmos pensamentos que eu quanto na escalada, que sinto, com todo o meu coração, a preocupação com o que nos cerca e como nossas escolhas presentes afetam o futuro.
Por ser um esporte que se expande da resina e encontra suas origens nas montanhas, não existiria os escaladores sem a natureza e talvez seja por isso que se torna tão óbvio nosso respeito e cuidado por ela. A conexão que sentimos ali, só pode existir às custas de muito cuidado e acredito ser o preço mínimo a pagarmos por tantos prazeres.
Me sinto muito grata por ter me encontrado em um nicho que vejo essa atenção e respeito com a natureza tão crescente, a maioria dos escaladores que conheço são vegetarianos, e me brilha os olhos ver como a nova geração se identifica com isso também. Estamos
falando mais do que meu esporte ou de qualquer outro, estamos falando da cultura do cuidado. De pensar no amanhã além dos prazeres do agora.
Apesar do lado bom, não é sem frequência que encontramos nas trilhas lixos e destruição de um cantinho que vemos com tanto amor, mas a força maior está na reviravolta, na ação de se juntar e arrumar de novo. Acredito que movimentos coletivos de incentivo e pequenas campanhas sempre sejam a resolução pra isso (tanto em um dia de limpeza na praia, como um simples mas potente ato de limpar o que está no seu caminho, além de convidar seus amigos a fazerem o mesmo)
Atleta ou não, reconhecida ou inexistente na mente dos outros, tudo que eu espero para os próximos anos são baseados no impacto e crescimento da minha pessoa, da natureza e de todos aqueles que se sentirem atraídos a caminhar junto. Mais do que focada em buscar a minha melhor versão, estou determinada a levar os outros comigo e auxiliar no que for possível para o crescimento de cada um, sempre alinhado ao cuidado da natureza por uma simples noção de saber que toda existência que rege hoje está (e sempre estará) ligada a ela.
Devemos muito mais do que um simples cuidado. Devemos muito mais do que o mínimo.